Hoje marca a data mais importante do calendário Heathen, o nosso ano novo. A data de 21 de dezembro marca o início de uma comemoração que para nós dura 12 dias. Nós heathens visigodos chamamos de Julains, os que usam termos anglo saxões chamam de yuletide.
É a época do jöl chegando.
Uma das dificuldades em termos uma prática unificada no heathen brasileiro é o fato de vivermos em um país de proporções continentais. Falo isso porque sei que do sul do estado de onde vos escrevo o sol está forte como nunca no ano, mas aqui no norte do Pará, fazem alguns dias que ele não aparece. É o chamado inverno amazônico, que apenas por coincidência, acontece no mesmo período do inverno no hemisfério norte. Mas esses são detalhes mais técnicos e que tangenciariam o propósito desta postagem.
Crenças sobre o Jöl
Neste momento, acreditamos que o tecido que separa os mundos está aberto, e estamos mais próximos dos deuses, dos mortos e ancestrais. É um periodo cheio de tradições e a cada dia temos um ritual para celebrar este momento de transição. O mundo está morrendo, e devemos lamentar, mas ele também está ao mesmo tempo renascendo, novo, forte, como no princípio. o Jöl é o renascer do mundo e do tempo, símbolo mscrocósmico do ciclo dos anos. Para nós, tudo tem uma contraparte macro e micro. Nós somos uma as menores partes do universo e somo exatamente como o próprio universo. Assim como acontece conosco, acontece com o tempo e espaço.
Para dar mais detalhes, nós classificamos nossas eras cósmica em quatro:
Tempo-do-machado, tempo-da-espada, | escudos são separados,
Tempo-do-vento, tempo-do-lobo, | antes da queda do mundo;
Nem sempre devem os homens | exceder-se um ao outro.
Esta é a segunda parte da estrofe 45 do havamal, e é preciso uma quantidade de hermenêutica para compreendê-la. Mas isso será explanado melhor em uma outra postagem que estou a escrever e que virá logo. O importante aqui é notar que são quatro eras cósmicas, como são quatro estações do ano. O Jöl marca o renascer do ano neste ciclo cósmico, a recriação do mundo e do tempo. Nós estamos nesse momento participando desse tempo mágico, fora do espaço e do tempo junto aos deuses, no começo de tudo recriando o mundo. Não à toa é a festa mais importante do ano.
Modranite
A Noite das mães é a primeira das 12 noites de Jöl. Então, as doze noites de Jöl eram consideradas não como parte do ano antigo, nem tampouco parte do novo ano. Porque estes dias eram considerados fora do ano, eram considerados especialmente sagrados. Um momento em que o véu entre os mundos era mais tênue. Um momento em que os deuses eram mais propensos a andar na terra em forma física, e as pessoas eram mais propensas a ver os elfos ou anões que estão ao nosso redor. Na noite da Mãe, a primeira das doze noites, nos reunimos e fazemos uma festa para honrar o Disir, ou antepassados femininos protetores que cuidam de nós. Nós colocamos um lugar para eles em nossa mesa, e depois enterramos essa comida em sacrifício. Nós despejamos uma tigela de leite e/ou mel em nossa bacia, e oferecemos isso aos espíritos da casa ou à terra. Os Disir não são inteiramente diferentes dos housewights, então é melhor oferecer algo para ambos nesta época do ano. Uma vez que o véu entre os mundos é mais fino, este é um bom momento para que o landvaettir olhe favoravelmente para você!
Landvaettir
Outra tradição que praticamos nesta época do ano é honrar o landvaettir decorando uma árvore com pedaços coloridos de fita ou brinquedos coloridos. Eles gostam de coisas brilhantes e reflexivas, e ajudarão a dar-lhe uma boa colheita e ajudar a proteger sua propriedade e ficarem a favor de você. Quando o cristianismo foi forçada para o nosso povo, muitos dos nossos antepassados foram forçados a trazer árvores para dentro para pendurar as ofertas em seus galhos, de modo que a igreja não pudesse condená-los por adoração de demônios ou feitiçaria. A própria tradição sobreviveu, embora a maioria dos cristãos não pareça saber que estão dando presentes aos elfos e espíritos da floresta quando decoram suas árvores.