Embora não seja tão popular como era até cem anos atrás, a maioria das pessoas está familiarizada com o canto gregoriano como uma das primeiras formas de música da Igreja. Há, no entanto, uma tradição musical mais antiga e talvez ainda mais bonita na Igreja, quase completamente perdida: o canto visigótico.O canto visigótico, também conhecido como canto moçárabe, é a tradição simples do rito visigótico / moçárabe da Igreja Católica, associado principalmente à Hispânia (agora Espanha) sob o domínio visigodo (na época germânicos pagãos). Daniel Esparza explica por que o termo “canto moçárabe” é um nome impróprio:

É mais conhecido como “canto moçárabe”, mas essa definição é, de muitas maneiras, enganosa. Por razões históricas, a “liturgia hispânica”, como também foi chamada, é mais apropriada.

Embora seja verdade que os manuscritos que compõem o cânon desse tipo de canto litúrgico são todos subsequentes à invasão árabe da Península Ibérica, também é verdade que esses textos apenas reúnem uma tradição oral já descrita por São Isidoro de Sevilha em seu texto  De ecclesiasticis officiis .

A prática do canto visigótico acabou por ser suprimida, a fim de unir a Igreja por trás do canto gregoriano. Por esse motivo, pouquíssimos manuscritos do estilo sobrevivem. A partitura que temos é escrita em uma forma musical muito antiga, com pouca ou nenhuma notação ou direção. Isso tornou difícil saber exatamente como era o canto visigótico quando foi realizado 1.300 anos atrás.

Esta gravação é do álbum de Ensemble Organum de 1995, Chant Mozarabe , um álbum completo de música visigótica antiga revivida. Se tivermos alguma chance de descobrir como esses cantos antigos realmente soavam, o Ensemble Organum é a nossa melhor aposta. Liderados por Marcel Pérès, eles se orgulham de ser as principais autoridades da música cristã primitiva e do canto gregoriano. Pérès fundou dois primeiros centros de pesquisa musical que se esforçam para estudar os manuscritos e recriar performances precisas da música antiga.